terça-feira, 22 de maio de 2012

Ladrão de senhas usa truque para tentar burlar ‘Guardião’ do Itaú

Banco não exige instalação de software em alguns casos.
Praga tenta disfarçar Internet Explorer de Chrome no OS X.


Nem todos os usuários de Mac estão desobrigados de instalar o Guardião, informou o Itaú. (Foto: Marcelo Terraza/SXC)
A Linha Defensiva identificou um novo cavalo de troia brasileiro que rouba senhas de banco e ataca o Itaú tirando proveito do fato que o banco não obriga usuários de Mac OS X a instalar o “Guardião 30 Horas“.
O Itaú está usando o Guardião 30 Horas desde 2011, mas a partir de 2012 passou a ser de uso obrigatório para qualquer transação, transferência ou pagamento on-line. Há poucas informações sobre o funcionamento do software, mas o Itaú não é o único a exigir um programa para autorizar as transferências on-line.
A praga digital identificada pela Linha Defensiva troca o “user agent” – a frase que identifica um navegador web – do Internet Explorer para que ela fique idêntica a do Chrome em um Mac OS X. Com isso, a praga espera que o banco não tente realizar a instalação do “Guardião”.

Inconsistência é resultado de transição, explica Itaú

A Linha Defensiva conversou com Pedro DonatiNatacha Litvinov, representantes da área de segurança do Itaú. Eles afirmaram que o banco está ciente do que está acontecendo e que, em breve, não haverá mais esse problema.
Segundo eles, o Itaú está adotando o Guardião 30 Horas de forma gradual e, portanto, nem todos os correntistas são obrigados a instalá-lo em todas as configurações. Quando o Guardião for obrigatório para todas as plataformas e para todos os correntistas, a técnica usada pelo vírus vai parar de funcionar completamente — e ela já não funciona em correntistas que tiveram seu acesso condicionado à instalação do Guardião no Mac.
O banco adotou esta postura para minimizar problemas aos correntistas e poder atender todas as solicitações que seriam geradas. “A cada vez que a gente faz alguma alteração na maneira de se usar o banco, é muito grande a preocupação de fazer isso sem impactar a comodidade do cliente de utilizar os canais eletrônicos”, afirmou Donati.
“Estamos tentando fazer isso de uma forma que seja gradual, para que a cada vez que tivermos um grupo novo [que está adotando o Guardião], para o volume de clientes que liga com alguma dificuldade, a gente consiga atender bem e tratar aqueles clientes para que terminem a instalação e continuem utilizando o canal”, explicou.
Litvinov reforçou que o banco tem outros recursos para detectar tentativas de fraude em sua rede e que, mesmo quando o Guardião não é instalado, isso não significa que os clientes estão desprotegidos. ”O Guardião é uma das peças do nosso quebra-cabeça para manter o canal seguro. Temos uma estrutura montada que é maior do que a instalação do Guardião”, revelou.

Histórico

A Linha Defensiva divulgou publicamente a inconsistência do sistema do banco no dia 5 de abril, observando que havia a possibilidade do abuso do recurso por uma praga digital. A praga encontrada está em circulação pelo menos desde o dia 27 de março, o que significa que os criminosos já conheciam o suposto comportamento permissivo do banco em relação a máquinas com sistema operacional da Apple antes mesmo da publicação da Linha.
A Linha Defensiva comunicou o banco sobre a questão antes de divulgar, mas não foi respondida. Segundo as novas afirmações do banco, o que aconteceu foi devido ao período de transição para a obrigatoriedade do Guardião. Os criminosos rapidamente buscaram tirar proveito para facilitar a criação das pragas digitais.
De acordo com o banco, não eram todos os clientes que estavam liberados de instalar o Guardião no Mac OS X. A obrigação dependia da implementação do requerimento e do uso específico da conta. Por exemplo, uma conta poderia estar obrigando a instalação do Guardião no Linux e não no Mac – como a Linha Defensiva observou -, mas o oposto também era possível.
A transição agora está sendo finalizada e a inconsistência deve deixar de ocorrer, segundo o Itaú. Ou seja, todos os clientes serão obrigados a instalar o Guardião, seja no Mac OS X, no Windows ou no Linux, e pragas digitais não poderão usar user agents desses sistemas para burlar a instalação do programa.

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retirado de: http://www.linhadefensiva.com.br

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