Banco não exige instalação de software em alguns casos.
Praga tenta disfarçar Internet Explorer de Chrome no OS X.

Nem todos os
usuários de Mac estão desobrigados de instalar o Guardião, informou o
Itaú. (Foto: Marcelo Terraza/SXC)
A
Linha Defensiva identificou um novo cavalo de
troia brasileiro que rouba senhas de banco e ataca o
Itaú
tirando proveito do fato que o banco
não
obriga usuários de Mac OS X a instalar o “
Guardião 30 Horas“.
O Itaú está usando o Guardião 30 Horas desde 2011, mas a partir de
2012 passou a ser de uso obrigatório para qualquer transação,
transferência ou pagamento on-line. Há poucas informações sobre o
funcionamento do software, mas o Itaú não é o único a exigir um programa
para autorizar as transferências on-line.
A praga digital identificada pela
Linha Defensiva
troca o “
user agent” – a frase que identifica um navegador web –
do
Internet Explorer para que ela fique idêntica a do
Chrome
em um Mac OS X. Com isso, a praga espera que o banco não tente realizar
a instalação do “Guardião”.
Inconsistência é resultado de transição, explica Itaú
A
Linha Defensiva conversou com
Pedro Donati
e
Natacha Litvinov, representantes da área de
segurança do Itaú. Eles afirmaram que o banco está ciente do que está
acontecendo e que, em breve, não haverá mais esse problema.
Segundo eles, o Itaú está adotando o Guardião 30 Horas de forma
gradual e, portanto, nem todos os correntistas são obrigados a
instalá-lo em todas as configurações. Quando o Guardião for obrigatório
para todas as plataformas e para todos os correntistas, a técnica usada
pelo vírus vai parar de funcionar completamente — e ela já não funciona
em correntistas que tiveram seu acesso condicionado à instalação do
Guardião no Mac.
O banco adotou esta postura para minimizar problemas aos correntistas
e poder atender todas as solicitações que seriam geradas. “A cada vez
que a gente faz alguma alteração na maneira de se usar o banco, é muito
grande a preocupação de fazer isso sem impactar a comodidade do cliente
de utilizar os canais eletrônicos”, afirmou Donati.
“Estamos tentando fazer isso de uma forma que seja gradual, para que a
cada vez que tivermos um grupo novo [que está adotando o Guardião],
para o volume de clientes que liga com alguma dificuldade, a gente
consiga atender bem e tratar aqueles clientes para que terminem a
instalação e continuem utilizando o canal”, explicou.
Já
Litvinov reforçou que o banco tem outros recursos
para detectar tentativas de fraude em sua rede e que, mesmo quando o
Guardião não é instalado, isso não significa que os clientes estão
desprotegidos. ”O Guardião é uma das peças do nosso quebra-cabeça para
manter o canal seguro. Temos uma estrutura montada que é maior do que a
instalação do Guardião”, revelou.
Histórico
A
Linha Defensiva divulgou publicamente a
inconsistência do sistema do banco no dia 5 de abril, observando que
havia a possibilidade do abuso do recurso por uma praga digital. A praga
encontrada está em circulação pelo menos desde o dia 27 de março, o que
significa que os criminosos já conheciam o suposto comportamento
permissivo do banco em relação a máquinas com sistema operacional da
Apple antes mesmo da publicação da
Linha.
A
Linha Defensiva comunicou o banco sobre a questão
antes de divulgar, mas não foi respondida. Segundo as novas afirmações
do banco, o que aconteceu foi devido ao período de transição para a
obrigatoriedade do Guardião. Os criminosos rapidamente buscaram tirar
proveito para facilitar a criação das pragas digitais.
De acordo com o banco, não eram todos os clientes que estavam
liberados de instalar o Guardião no Mac OS X. A obrigação dependia da
implementação do requerimento e do uso específico da conta. Por exemplo,
uma conta poderia estar obrigando a instalação do Guardião no Linux e
não no Mac – como a
Linha Defensiva observou -, mas o
oposto também era possível.
A transição agora está sendo finalizada e a inconsistência deve
deixar de ocorrer, segundo o Itaú. Ou seja, todos os clientes serão
obrigados a instalar o Guardião, seja no Mac OS X, no Windows ou no
Linux, e pragas digitais não poderão usar
user agents desses
sistemas para burlar a instalação do programa.
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retirado de: http://www.linhadefensiva.com.br